sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Mudanças...

Mudar nunca é fácil...
Mesmo quando mudamos para uma coisa que queremos muito, sempre fica um sentimento de despedida do que ficou para trás...
Mudar de vida, mudar de carro, mudar de casa, mudar de trabalho... mudar-se a si mesmo...

Claro que é mais fácil quando a mudança é material. Uma mudança interior implica disciplinar-nos a nós mesmos, conscientizar-nos que é preciso e acima de tudo acreditarmos.

Mudar a nós próprios é desistir de uma parte de nós, é aceitar que esta parte precisa ser esquecida, descartada...

Fica um medo, uma ansiedade... uma sensação de "será que vai dar certo?", será...

Ainda pior quando esta mudança implica desistir de sonhos, de ideais.
Sonhos que se transformaram em pesadelo, ideias inatingíveis que nos levaram a cair num poço fundo... e continuamos cavando, afundando cada vez mais... até que nos damos conta que estamos cavando para o lado errado e que temos que mudar para conseguir voltar ao topo.

O problema é que o tempo não perdoa... o tempo que perdemos na teimosia de cavar mais nunca vai voltar, este está perdido e não tem volta... Aí atrasamos outros sonhos...

Sonhos que passamos a sonhar quando nos percebemos que tínhamos que mudar, sonhos dos quais nunca desistimos... sonhos novos que vamos sonhando na escalada para o topo... tudo nos faz pessoas diferentes...

Aprendizagem é mudança... mudamos se aprendemos com os erros... infelizmente erros têm as suas consequencias e nem sempre estamos dispostos a arcar com elas... é quando sofremos mais. Aceitar que erramos é o primeiro passo para a mudança...


É duro, é doloroso, penoso... mas é necessário. A consciência desta necessidade é a força motora da aceitação, da verdadeira mudança...

Uma frase que li num livro que me marcou muito foi "se quer continuar no mesmo lugar, continue fazendo o que sempre fez"... só que ninguém quer ficar no mesmo lugar. Todos nós temos sonhos, todos nós queremos mais. Queremos uma casa maior, um carro mais novo, viajar, ter filhos, uma bela carreira profissional, um emprego otimo... e tudo isto exige nada mais, nada menos que mudança.

Mudança de valores, mudança de atitudes, mudança de vida, mudança de ações.


Vai ser duro, mas vai acontecer... e quando acontecer, vamos sonhar mais alto, vamos precisar mudar novamente...

O mundo está a mudar, o mercado de trabalho está a mudar, as pessoas estão a mudar... e eu?

Não posso ser diferente... também tenho que mudar! Pois como dizia o velho Raul: "eu prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo"...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Há dias que tudo nos acontece!

Já te aconteceu de ter dias ou melhor, semanas que tudo te acontece? Ou acontece tudo ao contrário?

Acho que estou passando por esta fase...

Há algumas noites que durmo mal. Levanto-me umas quantas vezes e volto a deitar. Aí quando consigo adormecer ouço barulhos... são umas obras que estão a fazer numa casa ao lado da minha. No início eram marteladas, depois foi mesmo o martelo elétrico... quase uma hora antes do relógio despertar já eu estou mais do que desperta e já não consigo adormecer. Além de uma noite mal dormida, a pior coisa para deixar uma pessoa de mau humor logo de manhã é acordar com barulhos... pelo menos no meu caso.

Com os humores já estragados vou para o trabalho... a semana está estranha, ao mesmo tempo que há pouco que fazer há muito que pensar... discuto com minha chefe... é dia de início de aulas na faculdade. A primeira notícia é que mudaram o regime de avaliação e que agora somos todos obrigados a ir a exame, tenhamos um zero ou tenhamos um dezoito... claro que fico ainda pior né!

Ontem no caminho para o trabalho quase me batem numa rotunda... eu buzinei e ainda ficaram a olhar para mim como se eu é que estivesse errada! Mas o pior foi à tarde... que bateram mesmo! Não foi numa rotunda, foi mesmo numa reta! O carro de trás vinha um pouco colado, quer dizer, um pouco não, muito mesmo e o carro que ia à minha frente travou, eu travei mas o de trás não conseguiu travar sem me bater... quebrou-me as luzes da matrícula e arranhou-me o pára-choques.

Em casa já não tinha vontade de fazer nada, ainda com os nervos da batida... não parava nada na minha mão... A água derramava, o leite derramava! As coisas caíam... ô dificuldade!

Esta noite outra vez mal dormida... acordei muito cedo mesmo e já não conseguia dormir e olha que foi bem antes das obras começarem! Fui para o sofá, mas nem assim! Mais um dia com o humor estragado... reconheço que fico irrequieta, respondona, impaciente... fico mesmo dificil de aguentar viu!

Para ajudar os meus acessos de nervos, a caminho do trabalho quase me batem outra vez, desta vez seria mesmo na porta do meu lado... isso sim seria um grande estrago! Eu ia aí a +- 50Km/h na minha e um carro que está a sair de sua garagem, de marcha atrás, ou não estava a olhar ou deve ter pensado que eu tinha que parar para ele sair... Quando vi que ele não ia parar tive que travar a fundo... e no impulso dei um buzinadão!!! A mulher do condutor que estava fora do carro ficou a olhar para mim, como se a errada fosse eu!! Ai que nervos!

Só espero conseguir chegar ao fim do dia sem que nada mais me aconteça... quer dizer, ao fim da semana... porque hoje é 5ª feira ainda... e tenho dois dias a conduzir 130km para ir para a faculdade e voltar...

Como se costuma dizer aqui em Portugal, "será que tenho que ir à bruxa?!"

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Chefe nunca tem tempo...

Chefe tá sempre muito ocupado, nunca tem tempo: assim que a empresa mudou de localidade, passou a haver uma tolerância de 30 minutos à entrada, por causa da longa viagem de 60Km do pessoal... Mas aí o que era uma tolerância virou regra e o horário de entrada mudou para as 9:30h. Ah, mas o chefe é um dos que moram longe e precisa de uma tolerância de hora de entrada... então o chefe tem o direito de chegar todos os dias perto das 10h. É justo. 
 Mesmo que diga que não toma café, porque o café lhe faz mal, como todos, o chefe tem direito a um cafezinho de manhã... então pousa a mala, abre as janelas e liga o computador. Enquanto o computador inicia, porque não aproveitar para ir tomar o dito café? Acho que de 10 a 15 minutos é suficiente... 
Bom, depois de um cafezinho, volta à sala e sai para buscar um copinho de água. O chefe tem direito a beber água não é? 
Às 10:15h o chefe se senta e vai ler os e-mails. O chefe faz bem, pois tem que se manter informado. Os negócios que o chefe trata devem ser muito engraçados, de vez em quando ouvimos cada gargalhada!! 
Depois de ver os e-mails é hora do chefe começar a tratar dos negócios engraçados dele... aquela gente lá da empresa deve ser toda burra! O chefe está sempre a dizer que não fazem nada de jeito! Talvez por isso o chefe esteja sempre tão ocupado! 
Os negócios que o chefe trata devem lhe tirar muita energia, por isso o chefe às 11h vai comer uma fruta e umas bolachinhas... não sei que fruta nem bolachas o chefe come, mas devem ser difíceis de comer, devem ser especiais para dar mais energia, porque ele demora uns 20 minutos para conseguir comê-las... 
Das 11:20h às 13:00h o chefe trabalha mesmo muito... só se levanta uma ou duas vezes para buscar água e ir ao Wc, com excepção das vezes que precisa ficar de braços cruzados à porta do gabinete a contar as coisas importantes, também engraçadas, que ouviu na rádio de manhã ou para nos explicar quão burro é o director... 
A hora do almoço é sagrada para o chefe, mas também, com tanto trabalho ele deve ficar esfomeado! Então o chefe é o primeiro a chegar ao refeitório. O chefe alimenta-se de forma muito saudável, só aquece a sua comida no forno, apesar de demorar mais que o microondas. Não sei como o chefe consegue ser tão magrinho... até tem uma tolerância de 30 minutos na hora do almoço, pois uma hora é pouco para ele comer tudo. Claro que eu percebo não é, o chefe tem que se alimentar bem... e se uma hora não é suficiente, tem todo o direito de ficar mais meia hora. 
O chefe também é muito preocupado com a sua higiene oral, pois depois da sua hora e meia de almoço ainda leva um bom tempo a lavar os dentes... 
O chefe anda sempre muito atarefado e tem que dividir o seu trabalho conosco. Apesar de quase não darmos conta já do que temos que fazer no tempo exigido, nós ajudamos o chefe. Coitado! As pessoas exigem muito do chefe, muitas vezes ele tem que nos perguntar como se faz as coisas, porque é tanto trabalho! As legislações ou as políticas de funcionamento da empresa devem mudar muito. Hoje o chefe manda fazemos uma coisa de um jeito, no próximo mês o chefe vai ver e não devia ter sido feito daquela forma... como o chefe não há de estar confuso e ocupado? 
Depois de uma tarde exaustiva de trabalho, por volta das 17h é hora do chefe recarregar as suas baterias... não sei se o chefe ao lanche também tem fruta e bolachinha, mas se não for também deve ser dificil de se comer... 
Se for sexta-feira, quando volta do lanche o chefe tem uma tarefa que admiro muito: regar as plantas! Com tanta falta de tempo ainda arranja algum para cuidar das plantinhas... Com isso tudo, já são quase 18h. O chefe tem que se preparar para ir para casa, é um longo caminho... então o chefe vai encher sua garrafinha de água para o caminho e depois vai ao Wc, para não ter que parar no caminho... O chefe dá o exemplo: é sempre o primeiro a sair... Ah, esqueci de dizer que em dias de chuva e trovoada o chefe tem que ir embora mais cedo, pois gosta de se prevenir e não gosta de conduzir na chuva. Quem me dera pensar como o chefe! 

Eu não sei como é a vida do chefe fora da empresa, espero que seja mais calma... mas digo uma coisa: com o ordenado que o chefe ganha, que é mais de quatro vezes maior que o meu, e com a vida dura que ele tem na empresa, não sei como ele aguenta ser chefe... Afinal, o chefe nunca tem tempo!!!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

As consequências da incerteza...

Uma das piores torturas psicológicas que se pode sofrer é a incerteza. Nem falo da incerteza da vida, pois esta todos temos.

Falo da incerteza de ter um trabalho, de poder pagar as nossas dívidas, de conseguir manter um teto, de algum dia ter um filho...

Nos telejornais só se fala em crise. Fala-se nas dívidas da Grécia, da Espanha, da Itália, de Portugal. Fala-se na contracção económica de grandes potências como a Alemanha e EUA e fala-se numa possível nova recessão mundial.

Estamos a sentir os efeitos desta crise. Todos os dias aumentam-se ou criam-se novos impostos, aumentam-se os preços da saúde e da educação. Aumenta o combustível, a alimentação, a luz, o gás. Só não aumenta o nosso salário.

As empresas com passivos que quase duplicam os ativos começam a cortar custos... cortam no cafezinho, cortam no material de limpeza, cortam nos transportes, cortam no pessoal. Só não cortam nos salários gordos dos diretores... como se a empresa fosse para frente só com o trabalho destes. Vemos de dia para dia o trabalho diminuir... horas a fio a inventarmos trabalho...

Daí a nossa incerteza... será que eu serei o próximo? Será que isto vai aguentar-se? Será que conseguirei outro trabalho? Será que conseguirei um salário mais ou menos igual? Será? Será? Por que será que não nos dizem logo? Talvez eu conseguisse logo alguma coisa ou consiga emigrar... Só dúvidas, só questões, só incertezas do amanhã.

E quais as consequências desta incerteza?

Sinceramente, não sei bem. Quem me dera saber! Assim sabia como evitá-las.

Aí lembramos daquele velho ditado: "até um pé na 'bunda' nos empurra para frente"... pensamos em 1001 soluções...

Com a minha indenização poderia...
Começar um negócio! Mas em que?
Comprar acções! Mas não entendo nada disto!
Colocar numa poupança! Mas o rendimento é tão pouco que não compensa...
Comprar um carro! Mas em que estou pensando? Um carro vai me dar mais despesas!
Me aguentar até arranjar um trabalho! Mas e se eu não arranjar outro trabalho?
Emigrar! Vou para um país onde arranje um bom trabalho para ganhar um bom dinheiro. Mas não conheço ninguém que está fora e não sou maluco de ir de mochila as costas...
Vou simplesmente pagar minhas dívidas mais urgentes, ir para o fundo desemprego e ficar a espera de um trabalho! ou talvez nem pague as dividas e guarde o dinheiro para uma emergência...

Difícil não? É tanta coisa, tantas possibilidades e tantos entraves que nos deixam malucos, sem nem saber o que fazer com uma miséria que podemos receber caso nos mandem embora...

Mas a questão não é só essa. A maior pressão é entrar dia e nós inventando trabalho... sem saber se amanhã haverá emprego. Essa dúvida é que nos maltrata.

É cada dia mais difícil levantar da cama de manhã. Passamos o dia mal-humorados, tristes, com vontade de fazer ainda menos... mal esperamos pelas 18:00h! Vamos para casa cansados de fazer quase nada, da dúvida, do ambiente da incerteza. Parece que levamos nos ombros um peso que não nos pertence. Chegamos à casa só temos vontade de enfiarmo-nos no sofá e ali ficar, olhando para a telinha hipnotizadora que não nos ensina nada, só rouba nosso tempo e nossa capacidade de pensar, imaginar e inventar, porque faz isso por nós. Aí vamos para a cama e não conseguimos dormir, porque o cérebro não pára de pensar no que não é certo.

Cada dia estamos mais cansados, mais carrancudos, mais insatisfeitos com a vida... e o pior: não encontramos forças para fazer algo para mudar.

Das consequências da incerteza, acho que esta é a pior delas: não fazermos nada para mudar...

Não está sendo fácil, na verdade está sendo é muito difícil mesmo... mas eu estou tentando, estou lutando contra esta preguiça, contra este sentimento de impotência... mas isto sou eu. Há quem não tenha a mesma força, a mesma coragem, digamos assim. E dia-a-dia vou vendo as pessoas queixarem-se sem nada fazer para mudar... sem sequer ver uma saída, sem ao menos pensar que pode existir uma... apenas esperando!

E você? Como está no seu trabalho? Como tantos outros à espera que o patrão lhe venha dar a "má notícia"?

Ou está fazendo o seu pezinho de meia, aproveitando o tempo livre para especular, estudar possibilidades, fazer cursos on-line, entre outras 1001 coisas que se pode fazer?

Eu, embora esteja enfrentando algumas consequências da incerteza vou tentando fazer parte do 2º grupo... não quero esperar por uma certeza negativa para sentir a sua dor... quando e se esta certeza chegar, quero estar preparada para enfrentá-la e mostrar a ela quem é que manda... e francamente, claro que sou eu!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

TODO HOMEM DEVE LER!!!!!!

... Por Arnaldo Jabor

"É melhor você ter uma mulher engraçada do que linda, que sempre te acompanha nas festas, adora uma cerveja, gosta de futebol, prefere andar de chinelo e vestidinho, ou então calça jeans desbotada e camiseta básica, faz academia quando dá, come carne, é simpática, não liga pra grana, só quer uma vida tranqüila e saudável, é desencanada e adora dar risada. Do que ter uma mulher perfeitinha, que não curte nada, se veste feito um manequim de vitrine, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a sequência de bíceps e tríceps.

Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa.


Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira. Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas e daí? Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução. Mas ainda não criaram um remédio pra FUTILIDADE!!"


"E não se esqueça...Mulher bonita demais e melancia grande, ninguém come sozinho!!"

Grande Arnaldo Jabor... fiquei seu fã. Para quem interessar ler mais:

http://pensador.uol.com.br/cronicas_de_arnaldo_jabor/

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

SEJA UM IDIOTA

"A idiotice é vital para a felicidade.



Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.


No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.


Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo,soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? hahahahahahahahaha!...


Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí,o que elas farão se já não têm por que se desesperar?


Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer?

Espero que não. Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim.

Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço,não tomar chuva. Pule corda!


Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável.


Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. 

 Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?

 
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante,
chore,dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!

Arnaldo Jabor

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ontem reinou o bom humor!

Depois de um dia horrível de tempestade e relâmpagos, o sol voltou a brilhar! E não foi só no sentido real... foi também no sentido figurado...
Há muito tempo não sentia o clima tão leve e descontraído. Normalmente é tão carregado... muitas vezes dizemos bom dia com uma enorme vontade de dizer "só se for para ti, porque não tvejo razão para ser bom dia"... 

Ontem parecia que a pressão estava sendo aliviada... não sei a razão. Não sei se fui eu ao tentar o meu interior, ao tentar ignorar o que me aborrece ou se foi geral mesmo... o que importa é que eu sorri... que me apeteceu falar, contar histórias, fazer piadas. Ontem eu ri de tudo e de todos. 

Fiz questão de levar um boné do FCP para gozar com um benfiquista que no dia anterior tinha dito que já não podia ver o Porto à frente, bebi 3 cafés, conversei com colegas a quem normalmente digo bom dia e boa tarde e pouco mais... até "bati um papo legal" (há muito que eu não utilizada uma expressão tão brasileira!), tive uma conversa até agradável com o chefe, lá lhe fiz um pouco de companhia enquanto ele comia as aquelas bolachinhas difíceis... engraçado que nem parecem assim tão difíceis de se comer! Descontraí. 

Embora sentisse que um camião me tinha passado por cima, porque eu estava muito cansada, estava satisfeita com o trabalho que estava a fazer. Senti-me útil. Não foi como todos os dias que pouco ou nada acontece. Não é um trabalho que alguém goste de fazer... ninguém gosta de lamber pastas à procura de documentos para corrigir erros, ainda por cima dos outros. Ninguém gosta de corrigir a correcção do que já foi corrigido! É mais fácil fazer novo do que fazer correcções. Mas eu até gostei. Senti que estava aplicando alguns dos conhecimentos de contabilidade que venho adquirindo... motivou-me. 

Até a minha colega "que sabe tudo" conseguiu passar o dia sem "bufar" tanto para chamar a atenção para si ... É melhor explicar o "bufar": respirar fundo em alto som... 

E a menina bonita!A menina bonita que muitas vezes parece uma estagiária, aquela a quem todos dão o trabalho para fazer, também sorriu. Já há muito tempo não a via com aquele ar leve. Há muito tempo ela trazia consigo uma tristeza, uma angústia, um olhar triste e cansado de quem já não pode estar ali. Ontem não. 

Engraçado a minha colega da recepção também não reclamou ter fome passado meia hora de comer! (eu sei que vais me matar por escrever isto! Mas tinha que contar a história completa... :P). Eu explico: é que ela tem um corpo normal de uma mulher, com dois filhos, mas tem a paranóia que está gorda e quando está de dieta é quando mais lhe apetece comer. Normalmente depois do almoço lhe apetece sempre... uma figura daquelas que se não nascessem tinham que ser inventadas... 

Quase à hora de ir embora já não conseguia pensar... mas também, depois um dia destes, depois de tanto tempo, só apetecia rir de tudo, inclusive de não pensar! À menina aconteceu o mesmo... ela disse que os neurônios dela já se tinham desligado às 17:00h... 

Fui para a universidade fazer um trabalho de estatística e esse foi o momento sério do dia. Estava tão cansada que os olhos já quase não se mantinham abertos, tinha que fazer um esforço enorme para conseguir raciocinar, mas mesmo assim foi descontraído. Tanto que eu pretendia ir embora por volta das 22:30h e só saí uma hora depois... Já em casa, conversei bastante com meu marido... acho que o contagiei... Rimo-nos... não que não seja habitual rirmos, por acaso até somos divertidos, mas é que isto foi a "cereja em cima do bolo"... cereja ao natural, porque as cristalizadas são horríveis! 

Belo dia o de ontem! Sim senhor! Espero mesmo que não seja aquela brisa gostosa que vem antes de outra tempestade! Porque ontem sim, reinou o bom humor naquele escritório...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Um tempo comigo mesma

Hoje decidi que não me vou chatear... 

Decidi que não vou deixar nada nem ninguém tirar a minha paz de espírito, um sentimento de calma e tranquilidade que consequi no fim de semana... As coisas que a gente descobre! Bastou uma atitude: fazer. 
Dizia um livro que eu li e também diz um outro que estou a ler: "devemos deixar de viver a vida das pessoas na televisão e começar a viver a nossa vida" pois "quando escolhemos gastar nosso tempo a ver televisão, abdicamos do tempos de fazer outras coisas", entre elas de estudar, de ler um bom livro, de aproveitar um belo dia de sol ou de um gostoso passeio de bicicleta... 

Nada que eu não soubesse... Mas às vezes parece que precisamos de um empurrão ou mesmo um "chute" no traseiro para agirmos. No meu caso era mais um "ACORDA!!" Eu tinha a mania de pensar que para me distrair, para me divertir é sempre preciso companhia. 

Mas percebi que afinal não... eu também preciso do meu tempo sozinha. Não tempo comigo mesma e a televisão, porque deste estava eu farta! Tempo comigo mesma a fazer algo de que eu não me arrependeria depois, tal como acontece com a tv. Todos os fins de semana eu pensava: amanhã vou fazer isso e aquilo. Aí o amanhã chegava e eu hoje não fazia nada... 

No feriado eu e meu marido tínhamos ido à praia um pouquinho na parte da manhã, o tempo não estava nada especial, mas foi o nosso 1º dia de praia do ano. Almoçamos na casa da minha sogra e depois fomos para casa. Fomos não, fui. Meu marido foi ter com um amigo. Ao chegar à casa olhei para o lava-louça cheio de louça suja, mas não apeteceu. Olhei para minha mesa de estudo e para os livros, mas achei melhor deixar para depois porque eu tinha um bocado de sono. Olhei para a casa por limpar mas pensei que podia passar mais um dia assim... e acabei onde? Pois é, no sofá a ver televisão. 

Essa coisa moderna da tv por cabo fazer gravações é a minha perdição! Como à noite tenho a universidade, coloco as telenovelas a gravar para ver quando tiver tempo para viver a vida dos outros que nem sequer são reais... o feriado foi um destes tempos. Passei a tarde a ver "Araguaia"!. Tinha uns 20 capítulos gravados e cada capítulo que eu colocava para ver pensava comigo: é só mais este, depois vou dar uma volta de bicicleta. Assim foram uns 10 capítulos. Chegou um momento que bateu em mim uma tristeza tão grande que eu não fazia ideia de onde vinha. Quer dizer, eu pensava que vinha da minha solidão daquela tarde. Óbvio que não era. A solidão era uma desculpa esfarrapada que eu arranjei para o meu desapontamento comigo mesma. Então, não sei como, consegui me levantar e apanhar nas chaves para sair de casa e neste mesmo instante meu marido liga, pois não tinha levado chaves e ia passar lá para apanhá-las. Não consegui desfarçar a tristeza que me vinha na alma. Ele percebeu. Quando chegou eu estava mesmo a sair da garagem, ele me perguntou se estava tudo bem e eu, dando uma de durona, disse que sim, que estava tudo bem... mas sem conseguir desfarçar no olhar que já estava molhado. Ele então disse ao amigo para seguir, pois ia andar de bicicleta. 

Foi aí que caí em mim, pois ao invés de eu ficar feliz, pois agora tinha companhia, não ia passar o restinho da tarde sozinha, fiquei foi mais triste ainda por fazê-lo abdicar do momento que tinha planejado com o amigo para estar comigo. 
Começamos a andar e num certo momento ele parou e disse: fala comigo. Eu não conseguia. Chorei. Após uns segundos, mesmo sem conseguir que as palavras me saíssem completamente, tentei explicar-lhe que tenho uma certa inveja dele, pois ele tem pelo menos um amigo com quem de vez em quando sai, vai falar besteira, jogar papo para o ar... e eu, as poucas amizades que tenho estão todas longe, pois ainda não consegui fazer novas amizades... parece tão difícil agora, sinto-me velha, não sei explicar, não consigo me dar, procurar... Tenho as "amigas" da universidade, com quem me dou muito bem, com quem falo pela net, com quem estou sempre planeando uma "saída" que nunca chega a acontecer... mas que também moram longe, que é a minha desculpa. Ele ouviu e tentou animar-me: "não gosto de ter ver chorar... ainda se a culpa fosse minha eu podia fazer alguma coisa, mas assim sinto-me impotente". E é. A culpa é minha e só minha. 
Demos uma pequena volta e fomos para casa. Eu fiquei mais animada, mas não deixava de pensar que o privei de um momento com um amigo. Sentia-me ainda mais culpada, embora ele demonstrasse não se importar com este momento perdido, mas sim comigo. 

Acordei no Domingo com uma atitude diferente, comuniquei-lhe logo: hoje não quero ver tv. Quero aprender a fazer beringela recheada ao almoço, quero arrumar meu guarda-roupa, limpar a casa e estudar um bocado. Ele ficou contente por mim... ele gosta quando faço planos, porque por norma ele pergunta o que quero fazer e eu respondo sempre: não sei, qualquer coisa. Perguntou-me: "mas vamos à praia?". Claro que vamos... 
Mas assim que saímos sentimos um ar frio, o sol escondia-se dentre as poucas nuvens que haviam no céu e ventava. Estava desagradável. 
Fomos dar um passeio de carro. À medida que andávamos eu ia olhando a paisagem, as pessoas, a vida a ser vivida. Quanto mais eu observava, mais crescia um sentimento de revolta contra mim mesma e minha preguiça. Aquelas pessoas que estavam ali a viver a vida não o faziam sentadas no sofá a comer pipocas ou sorvete e a ver tv. Elas riam, elas corriam, elas conversavam, elas viviam a sua própria vida. Cheguei em casa e pus-me a lavar a louça e chamei logo meu marido para me ensinar a fazer a tal beringela recheada, uma especialidade em que ele é mesmo muito bom. Foi gostoso aquele momento com ele ali na cozinha. Já tinha visto cenas destas em novelas e filmes... gostei mesmo. Depois do almoço ele fez o que gosta de fazer: sentou-se no sofá a jogar computador. Ainda lhe perguntei se não ia sair, mas ele disse que não lhe apetecia. 
Senti-me culpada, senti que ele tinha receio que eu ficasse outra vez triste. Incentivei-o a sair e fazer o que não fez ontem enquanto eu ia fazer o que tinha planeado. Comecei pelas casas-de-banho, depois fui para o guarda-roupa. Estava calor. Ele fora com o amigo levar o cão à praia. Passados uns minutos que ele tinha saído, bateu-me outra vez aquele sentimento de necessidade de companhia. Isto não é normal. Lutei contra. Acabei de limpar a casa, mudei de roupa, apanhei o livro que ando a ler e a camara fotográfica e saí. Que sensação tão boa eu senti! Nem sei explicar o misto de sentimentos que ia dentro de mim. Era de liberdade ou libertação, vida, satisfação de necessidade ou mesmo apenas de realização: eu consegui. Ia sorrindo... a cada pedalada que dava sentia-me mais forte, o sentimento ruim de dentro de mim ia desaparecendo. 

Engraçado que foi como se passasse naquela rua pela 1ª vez. Olhava tudo, observava cada flor, cada pássaro, cada movimento das pessoas... O sol já estava baixo, era bonito vê-lo por detrás das árvores. Essa foi a primeira fotografia. Não foram muitas, mas tentei captar tudo que fosse vida. Pena que não consegui o vôo dos pombos, pois o sol batia na lente e encandeava... mas foi bonito de se ver. Fotografei outros pássaros a voar com o mar ao fundo, fotografei o proprio mar e um casal que la estava... sentei-me na areia. Que gostosa sensação... sentia que estava fazendo tudo o que via os outros fazerem, mas que minha dependencia de companhia impedia-me de fazer ou de apreciar. Não tardou o sol se pôr. Esfriou e resolvi que era hora de voltar para casa. Fui para casa feliz como tinha ido, com um sorriso nos labios, sentindo a brisa fria no rosto. Ao chegar a casa meu marido já tinha feito parte do jantar, daí o restante foi rápido. Tomei um belo banho, pijama limpinho, lençois cheirosos... marido de bom humor! O que eu podia querer mais não é!

Um dia em cheio! Acordei hoje de bem com a vida, sentindo-me viva! E decidida a brigar comigo mesma sempre que cair outra vez na angústia... Registo aqui este momento para dividir a experiência e para lembrar a mim mesma que a única coisa que preciso é UM TEMPO COMIGO MESMA...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Dark feelings...

É nos momentos de angústica e stress que conseguimos despertar em nós os nosso sentimentos mais negros, mais feios e terríveis... 
Às vezes fico a pensar qual é o ponto para explodir e dá até medo saber a resposta... Somos humanos. O pior animal da face da terra... os demais animais lutam pela sua sobrevivência, duelam por uma fêmea, por um território, mas fazem jogo limpo, enfrentam-se... 
O que fazer quando se é enganado, quando se hipoteca a sua vida toda por uma coisa que é um barco furado?? Desespera-se!!! Esta situação de desespero leva-nos a sentir coisas nunca antes sentidas, a pensar o impensável... e querer coisas que não se querem a ninguém... 
Dark feelings... como controlar? Como evitar? O que fazer contra estes sentimentos? Principalmente, como ajudar alguém a libertar-se deles? Bem sei que é não desesperar também... mas é difícil... chega a um ponto que parece sermos influenciados, conduzidos ou atraídos, como se este sentimento fosse um imã, puxando-nos para baixo, consumindo-nos também... 
Houve um tempo que eu me recorreria a Deus... houve um tempo em que eu tinha fé em alguém superior, que nos ajudaria a resolver os nossos problemas, que nos daria um sentimento de paz... estranhamente nunca tive este sentimento de paz, o que me levou a perder a fé neste Deus em quem eu queria tanto acreditar agora... 
Acho que pior do que estes sentimentos obscuros é o sentimento de impotência, o sentimento de nada poder fazer, o sentimento de que somos tão pequeninos diantes de um problema que nos é tão longe a solução... 
Dói... parece mentira que tudo isto faça doer... dói fisicamente, dói na alma, dói... O peito parece que vai explodir, os batimentos cardíacos parecem incontroláveis... tudo irrita, tudo entristece, tudo escurece... 
Chorar... chorar faz bem à alma... alivia o peito, parece que um pouco do que sentimos vai-se com as lágrimas... mas e quando não se consegue chorar? Morre-se por dentro, aos poucos somos consumidos, sugados, mortos... é preciso agir! Agir como, fazer o que? Que ajuda pedir? Dark feelings, é só o que temo sentir...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

PERFEITO...

Nós falamos de "mais, amamos raramente, odiamos frequentemente. 
 
Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Conduzimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, vemos TV demais, perdemos tempo demais em relações virtuais, e raramente estamos com Deus. 
 
Multiplicamos os nossos bens, mas reduzimos os nossos valores. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. 
 
Fomos à Lua e voltámos, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não o nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planeamos mais, mas realizamos menos. 
 
Aprendemos a apressar e não a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas verdadeiramente comunicamos cada vez menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de carácter pequeno; lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. 
 
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'. Um momento de muita coisa na vitrina e muito pouco na dispensa. 
 
Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre. Lembre-se dar um abraço carinhoso aos seus pais, a um amigo, pois não lhe custa um cêntimo sequer. Lembre-se de dizer "eu amo-te" à sua companheira/o e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame-se a si mesmo. 
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. Por isso, valorize a sua família, os seus amores, os seus amigos, a pessoa que ama e aquelas que estão sempre ao seu lado." 
 
George Carlin