sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Deixa-me chorar

Meu peito já não aguenta tanta dor.
Deixa-me chorar.

Meus ombros doem,
não aguento mais o peso desse amor.
Deixa-me...

As lágrimas dos meus olhos já me cegam.
Tantas coisas ficaram por dizer,
tantas outras por fazer!

Tantas coisas foram ditas,
tantas outras foram feitas,
apesar de dito e feito,
a dor permanece no peito.

É o amor que dói,
o amor que se foi.
É saudade dentro do peito,
é tristeza que não tem jeito.

O que nos separa é certo,
o reencontro é incerto.
Te verei novamente um dia?
Deixa-me chorar.

Foste um grande amor,
serás sempre um grande amor.
É um amor sem igual,
não é um amor de casal.
É um amor materno, maduro e sereno.

Deixa-me deitar no teu peito,
tira-me esse vazio,
sinto falta de dormir no teu leito.

Avó, um dia nos veremos.
Até lá viverei esta dor.
Até lá...
Deixa-me chorar...

(Dedico este poema à única avó que conheci, a minha avó materna Ana Moreira. Partiu cedo deixando muita saudade, faz dia 30 de Setembro 18 anos).

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